Coração Mecânico

16 November 2008

não sei de quem é...

Cocoon

12 November 2008

estava eu a pensar: ainda não postei nenhum video de Björk. e ela é, sem dúvida, uma das minhas artistas favoritas. mas já percebi porque é tão difícil escolher a música que quero postar primeiro. porque gosto de todas parecia-me injusto postar uma primeiro que outras e queria que a primeira fizesse juz à artista. apenas com uma música é impossível porque uma das características que admiro em Björk é a multiplicidade de sons.
mas tenho que começar por algum lado.
o vídeo não é o meu favorito. mas a música, a música é linda.

do outono II


Sem vento, a minha voz secou
aqui, neste parque de cedros quietos.


Tudo é como ontem era, mas a minha
voz, na minha face, calou-se,
porque só o vento me trazia a fala,
vinda de algures, com notícias de alguém,
indo para além, para outros ouvidos, num país.




fiama hasse pais brandão
as fábulas

The Good Night

Mel: Sometimes I wish that you could just hit the sack and never wake up. If your favorite song never ended, or your best book never closed, if the emotions mustered from these things would just go on and on, who wouldn't want to stay asleep? The guy who discovers that perpetual dream, he's my man.

in Bruges

10 November 2008


há um mês atrás vi um filme chamado in Bruges. adorei. fiquei também com vontade de visitar a cidade belga onde se passa. este fim de semana lá fui eu. adorei.
uma lombalgia impede-me uma descrição mais detalhada e por isso ficam só as fotos.







voltar para portugal

28 October 2008

ontem surgiu a hipótese de voltar para Portugal. um e mail que me fez pensar duas vezes se quero retornar. durante o dia a ideia foi-se ajeitando na minha cabeça e no meu coração. ultimamente tenho pensado que não quero voltar, mas hoje esta hipótese fez-me pensar a sério na possibilidade.. não cheguei a nenhuma conclusão.
o engraçado é que quando cheguei a casa, durante uma arrumação (muito necessitada) do meu quarto, encontrei este texto que escrevi à uns meses quando estava de férias em Portugal. estava sentada sozinha debaixo de uma sombra na esplanada do Noobai em Lisboa.

"vou começar a escrever aqui no bloco como se fosse um caderno.
o meu país.
se eu fosse poeta escrevia muitas coisas sobre este sentimento estranho de pertença profunda e distância tamanha. deste súbito perceber a essência das cidades e dos países e ver a alma das pedras e sentir as árvores, o oceano e os rios. subitamente entender tudo isto, realizar tudo isto e mesmo assim não querer ficar.
porque me sinto melhor não reconhecendo a minha identidade no que me rodeia? porque me sinto melhor afastada de Portugal? porque em Portugal tudo é triste. tudo tem alma. tudo tem vida. tudo chora e de todas as coisas se desprende o que me parece um líquido viscoso chamado melancolia. porque em Portugal a portuguesa que sou vem ao de cima e transborda uma certa languidão, preguiçosa tristeza, sei lá..
enfim."
1 de Agosto de 2008


tem piada.

uma tarde porreira

11 October 2008

acordei ao meio dia e o sol estava a brilhar lá fora. apesar do pesadelo estúpido que tive durante a manhã a luz e o azul do céu entraram no meu cérebro e sorri.
uma shopska salata búlgara apimentou o meu almoço e saí para a rua.
haarlem estava tão simpático e acolhedor, muita gente na rua mas todos com uma boa onda incrível. fui ver a última exposição no Teylers, muito boa sobre viagens e fotografia. aquele museu é uma pérola, mesmo. o sol a bater nas vitrines de madeira, a iluminar o pó que se vai depositando ao longo da tarde. a quantidade de pedras, fósseis e coisinhas e coisecas que me fazem lembrar de outras eras. gosto mesmo muito.
saí de novo para as ruas de Haarlem e fui deliciar-me com duas bolas de gelado encostada à catedral. tão barato e tão delicioso. ver a vida a passar enquanto comia um gelado, doce e ácido como gosto.
depois do gelado segui para o mercado, o cheiro de uns tomates toldou-me momentaneamente o juízo e lá os comprei apesar de ainda ter bastantes no frigorífico. mas ao que parece adoro tomates bem cheirosos. passei pela padaria turca e lá foi um pãozeco que vai fazer maravilhas com a manteiga mimosa que o meu pai trouxe à duas semanas.
de volta ao spaarne, sentei-me na beirinha e aproveitei o calor do sol enquanto programava qualquer coisa no telémovel.
segui para sul, para casa. depois pensei que queria fazer uns desvios. segui um pouco mais para sul, para o Hout. andei aos ziguezagues pelo parque a apreciar a relva verde, os troncos das arvores tão escuros e as manchas de luz que são como um pequeno milagre.
sempre a pedalar segui para casa, mas à direita a promessa de mais um desvio interessante e lá fui eu. segui para sul acompanhando o rio e os campos de vacas.
no fim da tarde, enquanto punha a chave na porta, pensei: "que tarde porreira".

pirilampos

2 October 2008

pirilampos num bosque alemão


de repente lembrei-me: à quantos anos não vejo um pirilampo?

fiquei com saudades...

Don't Explain - Nina Simone

1 October 2008

...

Hush now, don't explain
There aint nothin' to gain
Im glad that your back
Dont' explain

Quiet baby, dont explain
There is nothing to gain.
Skip back the lipstick
Don't explain.

You know that i love you
And what love endures
All my thoughts are of you
For i'm so completely yours
Don't want to hear folks chatter
Cause i know you cheat
Right n' wrong don't matter
When your with me my sweet..

Hush now don't explain
Don't you know your my joy and your my pain.
My life is yours love
Don't explain

All my thoughts of you, for i'm so completely yours.
I don't want to hear nobody chatter
Cause i know you cheat,
Right n' wrong don't matter
When your with me my sweet.

Hush now, don't explain
Your my joy, your my pain
My life is yours love
Don't explain.

tangerinas

13 September 2008


chegou a época das tangerinas! yupiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!

10 September 2008


apetecia-me um banho de imersão...

5 September 2008

há sempre dias em que qualquer coisa suga-me energia e esta vontade com a qual conto para sorrir e viver parece abandonar-me. sinto que está tudo condenado. sou uma pessoa optimista mas há dias em que acordo cansada. cansada desta luta. cansada da espera, cansada dos limites, cansada dos sonhos e cansada do passado também.
mas dias não são dias.

je vous écris d´un pays lointain

3 September 2008


5

Escrevo-lhe do fim do mundo. É preciso que o saiba. Amiúde as árvores tremem. Apanham-se as folhas. Têm uma imensa quantidade de nervuras. Mas de que servem? Não há mais nada entre elas e a árvore, e dispersamo-nos, incomodados.
Será que a vida na terra não poderia prosseguir sem vento? Ou será preciso que tudo trema sempre, sempre?
Há também tumultos subterrâneos, e dentro de casa, como raivas que surgissem à nossa frente, como seres severos que quisessem arrancar confissões.
Não se vê nada, como se importasse muito pouco ver. Nada, e todavia treme-se. Porquê?






henri michaux
(escrevo-lhe de um país distante, 1942)
trad. margarida vale de gato


31 August 2008

Acontece que me canso de meus pés e de minhas unhas,
do meu cabelo e até da minha sombra.
Acontece que me canso de ser homem.

Todavia, seria delicioso
assustar um notário com um lírio cortado
ou matar uma freira com um soco na orelha.
Seria belo
ir pelas ruas com uma faca verde
e aos gritos até morrer de frio.

Passeio calmamente, com olhos, com sapatos,
com fúria e esquecimento,
passo, atravesso escritórios e lojas ortopédicas,
e pátios onde há roupa pendurada num arame:
cuecas, toalhas e camisas que choram
lentas lágrimas sórdidas.


Pablo Neruda

as minhas férias

já ando para fazer um post sobre as minhas férias desde que cheguei... finalmente!


muitas horas passadas na rede a ler


tenho tantas saudades de imagens como esta


a vista de um maravilhoso jantar de despedida
banhado por um pôr do sol na praia das maças


a minha terrinha linda


não poderiam faltar as fotografias de praia, claro!


brisa atlântica


rochas e espuma e mar e céu, praia da adraga


somewhere perto de Braga


um jogo que perdi... bahhh


o estrugido, ao qual já dediquei um post


janelas todas catitas, não?


sim.. já perceberam. apesar de passar o dia a conservar e restaurar
do que eu gosto mesmo é de coisas em ruínas...


a vista do edíficio mais alto de Braga, a igreja dos Congregados.
estava a ser restaurada, subi até lá acima e tive direito a visita guiada.


no fim do andanças cheio de danças os pés só podiam estar para cima..


ah! e as minhas férias não foram só passadas de papo para o ar
podei as canas da índia lá de casa :)
e ajudei a pintar uma casa perdida no meio do milharal
do qual não sobraram fotografias para contar a história


stedelijk museum IV

27 August 2008

:) mais uma vez...

queria ir rever a última exposição que vos falei e ser surpreendida pelo resto. a máquina fotográfica foi esquecida em casa e ficaram as fotos rascosas do telémovel.

vi a que queria e mais duas, uma sobre fotografia africana contemporânea (espectacular!) e outra sobre três artistas nomeados para um prémio muito importante aqui na holanda.


à entrada um convidativo coração de néon



a sala onde se podia votar para o tal prémio.
preta mas toda cheia de mensagens coloridas dos visitantes.
acho muito nom que a arte seja subsidiada e premiada etc e tal.
mas não consegui votar. eleger arte como melhor que outra é um pouco estranho para mim, deixei a votação para quem quiser...


uns banquinhos apetitosos que sempre que lá vou mudam de lugar..


a minha fotografia favorita


meia fotografia de mim


um visitante a ver um dos vários filmes..


armas de filmar

.



belo domingo :)

estrugido, o gato pelo qual me apaixonei em Braga

19 August 2008





leituras IV

«Sou livre. Fecho os olhos e penso com toda a minha força na minha nova condição , ainda que não esteja bem certo do que significa. Tudo o que sei é que estou completamente sozinho. Desterrado numa terra desconhecida como um explorador solitário sem bússola nem mapa. Será isto liberdade? Não sei, confesso, e às tantas desisto.»

Kafka à beira-mar de Haruki Murakami

Nouvelle Vague - Dance with me

11 July 2008

:)

Muiderslot

10 July 2008

Muiderslot é um castelo. Um castelo de tijolo vermelho situado numa das pontinhas do IJsselmeer (uma entrada para o Mar do Norte mas que entretanto os holandeses fecharam com um diquezinho e tornou-se num grande enorme lago).

No domingo passado fui a Muiden visitar o Muiderslot. Foi construído no século XIII mas como qualquer castelo foi tendo as suas renovações. Gostei muito. Além de me afastar da rotina de dormir até tarde no domingo e não fazer nada o dia todo, fez-me lembrar os domingos de manhã que ia visitar o Castelo dos Templários em Tomar. Andar pelas ameias, subir e descer escadas, entrar em quartos e quartinhos e até em masmorras...

E agora que falei do Castelo em Tomar fiquei cheia de saudades... bah! :) uma ou duas vezes infiltrámo-nos em sítios proibidos, portas deixadas abertas por engano.. Mas sempre, mesmo repetindo inúmeras vezes o mesmo percurso, descobria novos recantos e me surpreeendiam novos detalhes..

Ficam aqui umas fotografias de Muiderslot que roubei ao casal Cleto. E já agora, ao casal Cleto: obrigada pelo convite, pela companhia e pelas fotografias :)






1 July 2008

à uns meses atrás passei aqui no blog uma coiseca que tinha encontrada perdida no meio de um caderno.. depois apaguei. além da linguagem para maiores de 18 anos (que devemos ter todos..) incomodou-me expôr algo tão pessoal, apesar de ser do passado.

mesmo assim, hoje folheava outro caderno (tenho muitos) e encontrei isto na mesma folha..

.

não sei o que aconteceu à minha escrita. à minha expressão
está escondida? está morta? é sazonal? foi da idade?
queria escrever. queria escrever poesia de novo. encontrar dentro de mim frases belas e não conseguir viver sem as repetir sem as ter comigo

.

as coisas que fazes
as coisas que me dizes
magoam-me

.


há dias em que os meus
dedos não param de
crescer
nunca percebi porquê

.

sinto as coisas nas costas
por detrás do coração
ou perto sei lá

.


humm acho que escrevi isto à um ano ou qualquer coisa assim.. não sei quem esta pessoa cujas coisas que me disse e fez magoaram-me, lembro-me desta sensação dos dedos crescer mas já não sinto à muito tempo, e que cena é esta de sentir as coisas atrás do coração?

eu gosto de reler as coisas que escrevi.. e algumas acho bonitas e engraçadas.
continuo a sentir falta do ofício da escrita mas simplesmente não vem.. ou quando vem, vem apenas numa ou duas frases...

: ) enfim

o mar

28 June 2008

não é nenhum poema
o que vos vou dzer
nem sei se vale a pena
tentar vos descrever

o mar o mar

o mar o mar

o mar o mar o mar

o mar o mar o mar

o mar


e aqui fui ficando
só para o poder ver
e fui envelhecendo
sem nunca o perceber

o mar o mar o mar

o mar o mar

o mar o mar o mar

o mar


o mar

leituras III

21 June 2008

Because we don't know when we will die, we get to think of life as an inexhaustible well, yet everything happens only a certain number of times, and a very small number, really. How many more times will you remember a certain afternoon of your childhood, some afternoon that's so deeply a part of your being that you can't even conceive of your life without it? Perhaps four or five times more, perhaps not even that. How many more times will you watch the full moon rise? Perhaps twenty. And yet it all seems limitless.

The Sheltering Sky, Paul Bowles

alexandre farto

15 June 2008



















jovem artista português, alexandre farto. muito muito bom.