18 February 2008


saí da oficina, fui ao supermercado, saí do supermercado e estava uma luz.. uma luz surreal. muito difícil de explicar. quando cheguei a casa tirei uma foto da janela, mas não consegui captar..

hehehehe

16 February 2008

13 February 2008



quatro dias de puro sol. puro sol. pura luz.
e também foi bom ver o céu estrelado pela primeira vez em muitos meses.

ian stevenson II

a invasão das homónimas, parte II

8 February 2008


estão 5 graus lá fora e continuam a aparecer joaninhas no meu quarto.
não, não é normal. segundo as minhas averiguações, no inverno em climas temperados as joaninhas entram em diapausa (um espécie de hibernação) e não andam por aí a voar..

um grande privilégio

3 February 2008


a maioria saberá onde andei metida este mês. reclusa num cofre debaixo do chão com a preciosa correspondência do pintor Vicent van Gogh.
o projecto já acabou. fico contente por acabar porque não vi o sol durante três semanas. por outro lado a emoção justificada, mas meio ridícula, de ter estas cartas nas minhas mãos (e por vezes dar-lhes a possibilidade de mais alguns anos de vida) foi marcante e inesquecível.

as pinturas são lindas e poderosas, claro. não há dúvida. mas as cartas e estes pequenos esboços são tão pessoais que lê-los parecia uma intromissão, falta de educação. que vida, que artista, que homem.. que saudades que vou ter.
Espatifam o mundo
Aos bocados
Espatifam o mundo
À martelada
Mas estou-me na tintas
Estou-me bem nas tintas
Sobra bastante para mim
Sobra bastante
Basta que eu ame
Uma pena azul
Um caminho de areia
Uma ave medrosa
Basta que eu ame
Um pé de erva ralo
Uma gota de orvalho
Um grilo do bosque
Podem dar cabo do mundo
Aos bocados
Sobra bastante para mim
Sobra bastante
Terei sempre um bocado de ar
Um pequeno fio de vida
Alguma luz no olhar
E o vento nas urtigas
E mesmo se, mesmo se
Me meterem na prisão
Sobra bastante para mim
Sobra bastante
Basta que eu ame
Essa pedra corroída
Esses ganchos de ferro
Onde o sangue se demora
Amo, eu amo
A tábua gasta da cama
A enxerga na madeira
A poeira soalheira
Amo o ralo que se abre
Os homens agora entrados
Que avançam, que me levam
Ao reencontro do mundo
Ao reencontro da cor
Amo esses longos montantes
O cutelo triangular
Os senhores que estão de luto
Orgulho-me da minha festa
Amo, eu amo
O cesto cheio de farelo
Para pousar a cabeça
Oh, amo-o a valer
Basta que eu ame
Um pezinho de erva ralo
Uma gotinha de orvalho
Um amor tímido de ave
Espatifam o mundo
Com seus pesados martelos
Sobra bastante para mim
Sobra bastante, meu amor.

Boris Vian