26 June 2007


já estou quase a chegar!!
esta imagem é dele.

A'dam

24 June 2007




é uma cidade mesmo muito simpática.


vou ter saudades.




Adeus

23 June 2007

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.

Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certezade que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.


Eugénio de Andrade

14 June 2007

se calhar devia comentar. as imagens que escolho. os poemas. tudo o que coloquei no blog até agora deixa-me sem palavras. não vale a pena tentar. a sério. talvez lá mais para a frente perca este medo da publicação de palavras minhas.

depois pensei que podia contar-vos do bacalhau com natas que fiz ontem, ao qual juntei pimentos verdes, amarelos e vermelhos e também um alho francês, e que ficou uma delícia.

ainda não sei bem que direcção isto de trincar uvas vai levar.

: )


Cortaram os trigos. Agora a minha solidão pode ver-se melhor.
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Sophia de Mello Breyner
Rêve Oublié

Neste meu hábito surpreendente de te trazer de costas
neste meu desejo irreflectido de te possuir num trampolim
nesta minha mania de te dar o que tu gostas
e depois esquecer-me irremediavelmente de ti

Agora na superfície da luz a procurar a sombra
agora encostado ao vidro a sonhar a terra
agora a oferecer-te um elefante com uma linda tromba
e depois matar-te dar-te vida eterna

Continuar a dar tiros e modificar a posição dos astros
Continuar a viver até cristalizar entre neve
Continuar a contar a lenda duma princesa sueca
E depois fechar a porta para tremermos de medo

Contar a vida pelos dedos e perdê-los
Contar um a um os teus cabelos e seguir a estrada
Contar as ondas do mar e descobrir-lhes o brilho
E depois contar um a um os teus dedos de fada

Abrir-se a janela para entrarem estrelas
A rir-se a luz para entrarem olhos
Abrir-se o tecto para cair um garfo no centro da sala
E depois ruidosa uma dentadura velha
E no CIMO disto tudo uma montanha de ouro

E no FIM disto tudo um Azul-de-Prata.

António Maria Lisboa

10 June 2007


só porque gosto desta imagem. ele tem projectos muito interessantes.

erica il cane










mais aqui.





antony micaleff

9 June 2007









esta é uma das minhas mais recentes descobertas. estou apaixonada. chama-se antony micaleff.

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porquê criar um blog?

estou longe e quero partilhar mais dos meus dias com voçês. é simples.


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